setembro 13, 2015

Ala tucana lança Yeda para prefeitura de Porto Alegre



Disputa interna da sigla é pano de fundo para indefinição eleitoral

Lideranças tucanas pediram a candidatura de Yeda à prefeitura de Porto Alegre
A ex-governadora Yeda Crusius (PSDB) teve o nome lançado como pré-candidata à prefeitura de Porto Alegre, ontem, pelo grupo político PSDB Para Todos. Durante almoço no restaurante Copacabana, na Capital, mais de 50 lideranças tucanas pediram a candidatura de Yeda e, em especial, defenderam a realização de convenção para a definição do nome que disputará a prefeitura. Sem um diretório instituído desde que as eleições internas foram anuladas, o grupo político de Yeda - que é contrário à comissão provisória estadual, dirigida pelo deputado federal Nelson Marchezan Jr. (PSDB) - teme que a escolha seja realizada sem o voto dos filiados. Em entrevista ao Jornal do Comércio, em agosto, Yeda afirmou não descartar candidatura em eleições.

O ato político teve o apoio de dois dos quatro deputados estaduais da sigla: Jorge Pozzobom e Adilson Troca. Para Pozzobom, mais do que "o nome da ex-governadora Yeda", é preciso "defender a democracia interna".

"Queremos a realização de prévias para saber quem será o candidato à prefeitura. O voto é o instrumento mais legítimo de democracia interna e da escolha dos candidatos. Não posso defender a democracia se isso não for realizado também internamente", afirmou Pozzobom.
De acordo com o vereador da Capital Mário Manfro, a situação é difícil, em decorrência da disputa política estabelecida no âmbito interno. Após ser escolhido presidente municipal do partido, Manfro foi destituído pela comissão provisória, que apontou indícios de ilegalidade na disputa. O caso está na Justiça.

"Fui eleito dentro das regras, e uma decisão autoritária, antidemocrática nos tirou do poder. Isso gerou uma insatisfação muito grande nas pessoas que integram o partido no município. Dentro da norma democrática, o nome do candidato à prefeitura seria escolhido por convenção, mas, se continuar assim, não haverá convenção", disse.

Para Manfro, os poderes concedidos pela executiva nacional para a comissão provisória estadual têm o objetivo de favorecer a candidatura de Marchezan para o Executivo municipal. "A intervenção foi feita para que ele concorra a prefeito, sem disputa interna. Ele foi presidente do diretório municipal, mas acabou se afastando da base e pagou um preço por isso. A questão está judicializada, se revertermos a situação e houver convenção, ele não vence. Marchezan será nomeado candidato se não houver convenção", declarou.

O vereador afirmou ainda que a insatisfação com os rumos no partido pode gerar uma saída de quadros políticos descontentes com a "falta de diálogo". "Têm muitas pessoas dizendo que irão se desfiliar e, pessoalmente, me sinto também desconfortável, porque fui eleito democraticamente e destituído por um ato ditatorial", afirmou. A reportagem tentou entrar em contato com Marchezan e não obteve retorno.

Fernanda Nascimento - Jornald o comércio
Foto: JONATHAN HECKLER/JC

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