Disputa interna da sigla é pano de fundo para indefinição eleitoral
Lideranças tucanas pediram a candidatura de Yeda à prefeitura de Porto Alegre |
O ato político teve o apoio de dois dos quatro deputados estaduais da sigla: Jorge Pozzobom e Adilson Troca. Para Pozzobom, mais do que "o nome da ex-governadora Yeda", é preciso "defender a democracia interna".
"Queremos a realização de prévias para saber quem será o candidato à prefeitura. O voto é o instrumento mais legítimo de democracia interna e da escolha dos candidatos. Não posso defender a democracia se isso não for realizado também internamente", afirmou Pozzobom.
De acordo com o vereador da Capital Mário Manfro, a situação é difícil, em decorrência da disputa política estabelecida no âmbito interno. Após ser escolhido presidente municipal do partido, Manfro foi destituído pela comissão provisória, que apontou indícios de ilegalidade na disputa. O caso está na Justiça.
"Fui eleito dentro das regras, e uma decisão autoritária, antidemocrática nos tirou do poder. Isso gerou uma insatisfação muito grande nas pessoas que integram o partido no município. Dentro da norma democrática, o nome do candidato à prefeitura seria escolhido por convenção, mas, se continuar assim, não haverá convenção", disse.
Para Manfro, os poderes concedidos pela executiva nacional para a comissão provisória estadual têm o objetivo de favorecer a candidatura de Marchezan para o Executivo municipal. "A intervenção foi feita para que ele concorra a prefeito, sem disputa interna. Ele foi presidente do diretório municipal, mas acabou se afastando da base e pagou um preço por isso. A questão está judicializada, se revertermos a situação e houver convenção, ele não vence. Marchezan será nomeado candidato se não houver convenção", declarou.
O vereador afirmou ainda que a insatisfação com os rumos no partido pode gerar uma saída de quadros políticos descontentes com a "falta de diálogo". "Têm muitas pessoas dizendo que irão se desfiliar e, pessoalmente, me sinto também desconfortável, porque fui eleito democraticamente e destituído por um ato ditatorial", afirmou. A reportagem tentou entrar em contato com Marchezan e não obteve retorno.
Fernanda Nascimento - Jornald o comércio
Foto: JONATHAN HECKLER/JC
Nenhum comentário:
Postar um comentário