setembro 13, 2015

Partidos intensificam as articulações para 2016



 10 legendas cogitam lançar candidatos  na Capital
A pouco mais de um ano para a realização das eleições municipais, as articulações entre os partidos políticos para a composição de coligações começam a se intensificar. Em Porto Alegre, as siglas se dividem entre o fechamento da nominada para a vereança - o prazo final para novos filiados é 7 de outubro - e a discussão sobre os nomes que disputarão o Paço Municipal. Como em eleições anteriores, a maioria dos partidos defende que a prioridade é de lançamento de candidatura própria, e pelo menos 10 legendas despontam com a possibilidade de encabeçarem a disputa.

O vice-prefeito Sebastião Melo (PMDB) se apresenta como candidato natural da situação, na sucessão do prefeito José Fortunati (licenciado do PDT). Com bom trânsito entre partidos de direita e centro e interlocutor da prefeitura entre o Legislativo, servidores e movimentos sociais, o peemedebista tem o nome cogitado para a disputa há dois anos ? de tal forma que a atual gestão é conhecida como Melo-Fortunati.

Conforme o presidente municipal do PMDB, Antenor Ferrari, o partido está trabalhando para garantir o apoio de legendas que já integram a base aliada. "O partido tem muito claro que a coligação é fundamental, especialmente com os partidos da base aliada. Isso não significa que serão os únicos procurados, até porque respeitamos a autonomia de lançarem candidaturas próprias, mas é importante manter a unidade", disse.

A articulação para manter a base aliada pode ser complexa, já que PDT, PP, PTB, PSB, PSDB e DEM especulam o lançamento de candidatura própria. De acordo com o presidente municipal do PDT, vereador Nereu d'Ávila, o partido está realizando consultas com as zonais? para verificar os nomes que despontariam em uma possível candidatura própria e a receptividade da continuidade de aliança com o PMDB. "Não existe nada de concreto, estamos começando a tomar um rumo. Há companheiros que pedem o nome do secretário (estadual de Educação) Vieira da Cunha, que, a princípio, tem o compromisso de continuar com o governador José Ivo Sartori (PMDB)", afirmou Nereu.

O PTB - aliado de primeira hora das gestões Fogaça-Fortunati - também cogita o lançamento de uma candidatura própria. Conforme o presidente municipal do partido, deputado estadual Maurício Dziedricki, a sigla está preparando uma formação entre os futuros candidatos e um plano de governo com as diretrizes que o partido defende para a cidade. O comunicador Gugu Streit é citado como o possível candidato. "É o nome que estamos trabalhando e, na convenção, definiremos se há mais interessados, mas a candidatura majoritária deve ter o comprometimento partidário", afirmou.
No PP, dois nomes despontam para possíveis candidaturas: o vereador e líder do governo de Fortunati, Kevin Krieger, e o deputado estadual Marcel van Hattem, que, em agosto, transferiu seu título eleitoral da cidade de Dois Irmãos para a Capital.

Krieger, que também é presidente do partido, diz que é cedo para definições. "Estão sendo feitas discussões, mas a pauta ainda é muito crua. O partido trabalha sempre buscando candidatura própria, temos nomes para compor uma chapa majoritária. Estamos abertos ao diálogo e conversando com os demais", explicou.

O PSDB vive uma difícil situação de disputa interna. Com a eleição do diretório municipal judicializada, o partido está dividido entre dois grupos para as eleições: um defende a candidatura da ex-governadora Yeda Crusius, e outro pretende lançar o deputado federal Nelson Marchezan Júnior. A ala de Yeda já realizou ato público para defender a realização de uma convenção para que os filiados definam o nome de quem representará os tucanos.

Antônio Elisandro, representante do PSB, afirma que o partido tem um compromisso com o governo municipal, mas não descarta o lançamento do nome do ex-deputado federal Beto Albuquerque na disputa. "Não vamos construir nenhum caminho que não vá na linha de reafirmar os avanços dos últimos governos. Neste contexto, o cenário não está definido, mas, mesmo em uma eventual candidatura própria, queremos estar sintonizados com a base do governo." No Democratas, o deputado Onyx Lorenzoni, principal liderança da sigla, é citado como possível candidato. Conforme o presidente da sigla, Reginaldo Pujol, o partido está se organizando e dialogando com siglas como o PPS. "Tivemos o impasse da possível fusão com o PTB, e isso nos atrasou um pouco, mas estamos levantando nomes para a vereança e começando a discutir a candidatura. Partidos como o PSC e SD são nossos parceiros prediletos", estimou. De acordo com o presidente do PPS, Flávio Presser, o partido deve dialogar para compor uma coligação, com partidos como PDT, PSB, DEM e PMDB. "Nossa estratégia no momento é de refazer a bancada do PPS em Porto Alegre", disse.
Três candidaturas devem representar a oposição no pleito

Na oposição, a expectativa é do lançamento de três candidaturas, que podem repetir o trio feminino de 2008, com a deputada estadual Manuela d'Ávila (PCdoB), a deputada federal Maria do Rosário (PT) e a ex-deputada federal Luciana Genro (P-Sol).

Manuela ingressará em sua terceira tentativa ao Paço Municipal. Conforme a presidente municipal, Ticiana Alvares, o PCdoB vai buscar protagonismo político. "Nosso desempenho nas duas últimas eleições nos colocou em uma situação de protagonismo e buscamos liderar esse movimento." O partido busca alianças com o PT e o PTB.

Os petistas querem voltar ao comando da Capital, que administrou por quatro gestões consecutivas (1989-2004), e, além de Rosário, especulam nomes como o do deputado federal Henrique Fontana e o do ex-prefeito e ex-deputado estadual Raul Pont, segundo o presidente municipal, Rodrigo Oliveira. "Nossa síntese do momento é de construir a unidade da esquerda de Porto Alegre, fazendo com que PT e PCdoB caminhem juntos. Vemos a candidatura da deputada Manuela com muita simpatia e temos os nomes de Rosário, Pont e Fontana para construir um protagonismo."

No campo mais à esquerda surge a candidatura de Luciana Genro. Em 2014, ela obteve 6,5% dos votos de Porto Alegre na disputa pela presidência da República. "Tudo indica que meu nome será escolhido", afirma Luciana.

Quanto a alianças, uma coligação com o PCB e o PSTU é almejada. Conforme o dirigente do PSTU, Mateus Gordo, a coligação deve acontecer. "A candidatura de Luciana é um polo de unidade importante para a esquerda." Os partidos pretendem angariar apoio de movimentos sociais que ainda não se constituíram como partidos, como o Raízes Movimento Cidadanista, PartidA e a Unidade Socialista.

Fonte: Jornal do Comércio

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