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10 legendas cogitam lançar candidatos na Capital |
A pouco mais de um ano para a realização das eleições municipais, as
articulações entre os partidos políticos para a composição de coligações
começam a se intensificar. Em Porto Alegre, as siglas se dividem entre o
fechamento da nominada para a vereança - o prazo final para novos
filiados é 7 de outubro - e a discussão sobre os nomes que disputarão o
Paço Municipal. Como em eleições anteriores, a maioria dos partidos
defende que a prioridade é de lançamento de candidatura própria, e pelo
menos 10 legendas despontam com a possibilidade de encabeçarem a
disputa.
O vice-prefeito Sebastião Melo (PMDB) se apresenta como
candidato natural da situação, na sucessão do prefeito José Fortunati
(licenciado do PDT). Com bom trânsito entre partidos de direita e centro
e interlocutor da prefeitura entre o Legislativo, servidores e
movimentos sociais, o peemedebista tem o nome cogitado para a disputa há
dois anos ? de tal forma que a atual gestão é conhecida como
Melo-Fortunati.
Conforme o presidente municipal do PMDB, Antenor
Ferrari, o partido está trabalhando para garantir o apoio de legendas
que já integram a base aliada. "O partido tem muito claro que a
coligação é fundamental, especialmente com os partidos da base aliada.
Isso não significa que serão os únicos procurados, até porque
respeitamos a autonomia de lançarem candidaturas próprias, mas é
importante manter a unidade", disse.
A articulação para manter a
base aliada pode ser complexa, já que PDT, PP, PTB, PSB, PSDB e DEM
especulam o lançamento de candidatura própria. De acordo com o
presidente municipal do PDT, vereador Nereu d'Ávila, o partido está
realizando consultas com as zonais? para verificar os nomes que
despontariam em uma possível candidatura própria e a receptividade da
continuidade de aliança com o PMDB. "Não existe nada de concreto,
estamos começando a tomar um rumo. Há companheiros que pedem o nome do
secretário (estadual de Educação) Vieira da Cunha, que, a princípio, tem
o compromisso de continuar com o governador José Ivo Sartori (PMDB)",
afirmou Nereu.
O PTB - aliado de primeira hora das gestões
Fogaça-Fortunati - também cogita o lançamento de uma candidatura
própria. Conforme o presidente municipal do partido, deputado estadual
Maurício Dziedricki, a sigla está preparando uma formação entre os
futuros candidatos e um plano de governo com as diretrizes que o partido
defende para a cidade. O comunicador Gugu Streit é citado como o
possível candidato. "É o nome que estamos trabalhando e, na convenção,
definiremos se há mais interessados, mas a candidatura majoritária deve
ter o comprometimento partidário", afirmou.
No PP, dois nomes
despontam para possíveis candidaturas: o vereador e líder do governo de
Fortunati, Kevin Krieger, e o deputado estadual Marcel van Hattem, que,
em agosto, transferiu seu título eleitoral da cidade de Dois Irmãos para
a Capital.
Krieger, que também é presidente do partido, diz que é
cedo para definições. "Estão sendo feitas discussões, mas a pauta ainda
é muito crua. O partido trabalha sempre buscando candidatura própria,
temos nomes para compor uma chapa majoritária. Estamos abertos ao
diálogo e conversando com os demais", explicou.
O PSDB vive uma
difícil situação de disputa interna. Com a eleição do diretório
municipal judicializada, o partido está dividido entre dois grupos para
as eleições: um defende a candidatura da ex-governadora Yeda Crusius, e
outro pretende lançar o deputado federal Nelson Marchezan Júnior. A ala
de Yeda já realizou ato público para defender a realização de uma
convenção para que os filiados definam o nome de quem representará os
tucanos.
Antônio Elisandro, representante do PSB, afirma que o
partido tem um compromisso com o governo municipal, mas não descarta o
lançamento do nome do ex-deputado federal Beto Albuquerque na disputa.
"Não vamos construir nenhum caminho que não vá na linha de reafirmar os
avanços dos últimos governos. Neste contexto, o cenário não está
definido, mas, mesmo em uma eventual candidatura própria, queremos estar
sintonizados com a base do governo." No Democratas, o deputado Onyx
Lorenzoni, principal liderança da sigla, é citado como possível
candidato. Conforme o presidente da sigla, Reginaldo Pujol, o partido
está se organizando e dialogando com siglas como o PPS. "Tivemos o
impasse da possível fusão com o PTB, e isso nos atrasou um pouco, mas
estamos levantando nomes para a vereança e começando a discutir a
candidatura. Partidos como o PSC e SD são nossos parceiros prediletos",
estimou. De acordo com o presidente do PPS, Flávio Presser, o partido
deve dialogar para compor uma coligação, com partidos como PDT, PSB, DEM
e PMDB. "Nossa estratégia no momento é de refazer a bancada do PPS em
Porto Alegre", disse.
Três candidaturas devem representar a oposição no pleito
Na oposição, a expectativa é do lançamento de três candidaturas, que
podem repetir o trio feminino de 2008, com a deputada estadual Manuela
d'Ávila (PCdoB), a deputada federal Maria do Rosário (PT) e a
ex-deputada federal Luciana Genro (P-Sol).
Manuela ingressará em
sua terceira tentativa ao Paço Municipal. Conforme a presidente
municipal, Ticiana Alvares, o PCdoB vai buscar protagonismo político.
"Nosso desempenho nas duas últimas eleições nos colocou em uma situação
de protagonismo e buscamos liderar esse movimento." O partido busca
alianças com o PT e o PTB.
Os petistas querem voltar ao comando
da Capital, que administrou por quatro gestões consecutivas (1989-2004),
e, além de Rosário, especulam nomes como o do deputado federal Henrique
Fontana e o do ex-prefeito e ex-deputado estadual Raul Pont, segundo o
presidente municipal, Rodrigo Oliveira. "Nossa síntese do momento é de
construir a unidade da esquerda de Porto Alegre, fazendo com que PT e
PCdoB caminhem juntos. Vemos a candidatura da deputada Manuela com muita
simpatia e temos os nomes de Rosário, Pont e Fontana para construir um
protagonismo."
No campo mais à esquerda surge a candidatura de
Luciana Genro. Em 2014, ela obteve 6,5% dos votos de Porto Alegre na
disputa pela presidência da República. "Tudo indica que meu nome será
escolhido", afirma Luciana.
Quanto a alianças, uma coligação com o
PCB e o PSTU é almejada. Conforme o dirigente do PSTU, Mateus Gordo, a
coligação deve acontecer. "A candidatura de Luciana é um polo de unidade
importante para a esquerda." Os partidos pretendem angariar apoio de
movimentos sociais que ainda não se constituíram como partidos, como o
Raízes Movimento Cidadanista, PartidA e a Unidade Socialista.
Fonte: Jornal do Comércio