março 28, 2012

Uma história partidária construída com a do país.

Campanha de Roberto Freire à Presidência da República em 1989.
PPS/PCB

No último domingo, dia 25 de março, o Partido Popular Socialista, herdeiro e legatário do velho Partido Comunista Brasileiro, completou seus primeiros 90 anos de história. Fundado na cidade de Niterói por figuras como Astrojildo Pereira, o partido mais antigo do país possui uma trajetória de lutas reconhecidas no Brasil e no mundo em nome da construção de uma sociedade mais justa e humana.

Ficaram eternizadas ao longo destes anos as palavras do poeta maranhense Ferreira Gullar, militante histórico do partido. "O PCB não se tornou o maior partido do Ocidente, nem mesmo do Brasil. Mas quem contar a história de nosso povo e seus heróis tem que falar dele. Ou estará mentindo".

Lembramos que foi em um congresso nacional do PCB em 1992 que a ampla maioria decidiu por mudar seu estatuto e seu nome para PARTIDO POPULAR SOCIALISTA. Portanto no dia 25 de março comemoramos 90 anos do PCB e 20 anos de PPS.



BANCADA PPS/PCB

Desde 1922, o Partido Comunista Brasileiro está presente no centro da preocupação de todos aqueles que fazem política no Brasil. No campo da esquerda e dos trabalhadores, pelo seu potencial de transformação, pelo seu compromisso com o socialismo, independemente dos acertos ou erros de sua linha política. No da direita, pelo temor às transformações e que redundariam, certamente, em prejuízo aos interesses da elite conservadora que comanda os destinos do Brasil por quase 500 anos.

Toda a fama do PCB, entretanto, não se desenvolveu à luz do dia. Até 1983, quando foi legalizado sob o Governo de José Sarney, foi obrigado a atuar na clandestinidade, em alguns momentos de forma mais amena (períodos Juscelino e Jango) e em outros sofrendo todo tipo de violência (sobretudo durante as ditaduras varguista e militar).

O PCB nunca optou e nem fez elegia à clandestinidade. Até mesmo porque seu crescimento ocorria a passos largos exatamente nos curtos momentos de legalidade(de março a dezembro de 1922, de 1945 a 1946 e a partir de 1983, em 1989 sob a sigla PPS).

Em 1946, com a queda de Getúlio e a redemocratização, os candidatos do PCB a presidente da República e a vice (Yedo Fiúza e Henrique Oest)obtiveram quase 10 por cento dos votos nacionais. Luis Carlos Prestes foi eleito senador por vários Estados e o partido elegeu uma expressiva bancada de deputados constituintes: Abílio Fernandes, Agostinho de Oliveira, Alcedo Coutinho, Alcides Sabença, Batista Neto, Carlos Marighella, Claudino Silva, Caires de Brito, Francisco Gomes, Gregório Bezerra, Henrique Oest, Jorge Amado, João Amazonas, José Maria Crispim, Maurício Grabois (líder), Oswaldo Pacheco e Trifino Correia.

Ao longo da clandestinidade, o partido sempre elegeu parlamentares sob outras legendas, como PSP, PTB, PTN, MDB e PMDB. Citamos, entre outros deputados que honraram seus compromissos democráticos, Roberto Morena, Marco Antonio Coelho, Alberto Goldmann, Marcelo Cerqueira, JacksonBarreto, Domingos Leonelli, Marcelo Cordeiro, Eloá Guazelli, Arthur Virgílio Neto, Nelson Wedekin, Marcelo Gato, Tidei de Lima, Modesto da Silveira.

Lembramos ainda que conseguir nova legalidade, o PCB/PPS elegeu, nos pleitos de 1992 e 1994, como deputados federais, Augusto Carvalho (DF) Fernando Sant´Anna(BA), Roberto Freire (PE) e Sérgio Arouca (RJ).

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