novembro 25, 2011

Novelas com finais felizes*

   Nesta quarta-feira, 23, celebramos, oposição e governo, o repasse do Cais do Porto para o grupo empresarial responsável por sua revitalização. É o encaminhamento de uma novela de 30 anos, que atravessou vários governos até a autorização para o processo licitatório, concedida em julho de 2010, no Governo Yeda Crusius. Agora, oposição e governo comemoram a vitória e a reconhecem como conjunta, em cena que, ao se perpetuar, significará uma conquista muito valiosa: o amadurecimento das relações políticas, com a união em torno de objetivos comuns para o desenvolvimento do Estado.
   A dificuldade dos gaúchos em conciliar posições contrárias mesmo que seja para avançar nos processos de interesse do Estado já foi apontada como culpada pelo atraso financeiro do Rio Grande. Agora, quero crer que a empolgação e o empenho com os preparativos para a vinda da Copa do Mundo ao Estado e o consequente desfecho favorável de antigas questões como o Cais do Porto, o retorno da travessia de barcos entre Porto Alegre e Guaíba, a liberação de recursos para ampliação da disponibilidade de energia elétrica e – o impensável! - o envio pelo governo petista de um projeto de renúncia fiscal, que surpreendeu a Assembleia pela amplitude, todos esses acontecimentos acrescidos da consciência de que a acirrada disputa política que se travou nos últimos anos só nos trouxe atraso e dissabores, estão realizando o milagre da trégua. O governador Tarso, justiça seja feita, acenou nesse sentido na campanha e está cumprindo a determinação, ao reconhecer e valorizar atos dos governos anteriores, diferentemente de outros governos petistas que se empenharam militantemente em negar qualquer existência política antes da experiência petista.
   São, repito, novelas muito antigas e o desfecho favorável se deve ao esforço de todos os últimos governos que administraram o Estado. Vê-las se desenredando é uma imensa alegria, pois além de ter participado ativamente em suas tratativas, estou certo de que vêm para trazer desenvolvimento e urbanidade para o Rio Grande. Mas a maior satisfação está em poder pressupor o fim de um tempo de radicalidade na política.
   Estou convencido de que esse é o momento, tanto para capitalizarmos os benefícios que virão com o Mundial, quanto de fazermos de nossos antigos antagonismos uma única força vibrante para que o Rio Grande possa reerguer as bandeiras de competência e protagonismo, que sempre identificaram o povo gaúcho.

* Artigo do deputado estadual Paulo Odone publicado na edição de 25 de novembro de 2011 do jornal Zero Hora. 

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